Calvície em crianças: é possível? Como identificar?

Distúrbios hormonais da glândula tireoide ou uma doença autoimune, a chamada alopecia areata, podem ser uma de tantas explicações sobre calvície em crianças.

No entanto, outra causa de calvície em crianças da qual pouco se fala é a infecção do couro cabeludo. Uma infecção micótica, por exemplo, ocorre quando fungos se alojam pelos cabelos prejudicando o trabalho dos folículos pilosos.

É um caso que requer bastante atenção, que exige dos pais ou responsáveis que anotem todas as particularidades do caso, não se esquecendo de nada na hora de fazer perguntas ao dermatologista. Isso ajudará tanto no tratamento adequado, assim como ter um diagnóstico mais preciso.

Calvície em crianças por causa de micose

Em caso de micose, objetos da casa devem ser desinfetados, do chão ao teto. Prendedores de cabelos entre outros adereços também devem ser desinfetados, inclusive os próprios objetos usados na limpeza, como vassouras e rodos.

A micose capilar é uma infecção que começa quando fungos passam a habitar o couro cabeludo, causando feridas que fazem os cabelos cair demasiadamente. Se não passar por um tratamento adequado, as feridas podem se transformar em alopecia cicatricial.

Esta alopecia é o resultado de uma cicatriz perene, ficará ali para sempre. Por ter sido uma ferida que agrediu os folículos pilosos de forma severa, não crescerão mais fios no local do machucado.  

Nos casos em que for constada a existência de micose, toda a família deve passar por exames médicos. Se a criança frequenta a escola, é preciso deixar o constrangimento de lado e informar o caso, para que as pessoas, sejam crianças ou adultos, verifiquem se foram contaminados pelos fungos.

Animais também podem transmitir fungos, tanto que ao perceber que o seu cão ou gato está com falhas de pelos, é necessário levá-lo ao veterinário, verificar se houve transmissão de fungos para os moradores da casa e, sobretudo, fazer a faxina geral no imóvel.

Distúrbios endócrinos

A calvície em crianças pode surgir a partir de um problema com sua glândula tireoide, o que provoca queda excessiva de cabelo. O papel primário dessa glândula é liberar hormônios que regulam o metabolismo. Se esta glândula está produzindo hormônios de forma alterada, a quantidade de hormônios emitida é insuficiente, levando a uma ruptura do processo capilar.

É possível que a queda de cabelo persista e evolua até a calvície. Em um estágio absoluto, há perda total de pelos do corpo, como sobrancelhas, cílios e pelos pubianos.

Na puberdade, ocorrem transformações no corpo provenientes da mudança de equilíbrio hormonal. Especialmente para meninas a partir dos 11 anos, com possível irregularidade acentuada até os 20 anos. Mas, depois, os níveis hormonais se equilibram e se normalizam. Caso contrário, um médico ginecologista deverá ser consultado e um tratamento ser iniciado, assim problemas como infertilidade, câncer de colo do útero ou de mamas são evitados.

Calvície em crianças: casos de alopecia areata infantojuvenil

A alopecia areata é um tipo de calvície em crianças, também associada ao estado psíquico. Se houver alguma circunstância que possa estar lhe causando estresse emocional, esse fator deve ser levado em consideração.

Trata-se de um tipo de calvície cuja causa ainda não foi constatada. Por ser considerada um caso de distúrbio do sistema imunológico, é conveniente que se façam exames para saber se há probabilidade de que a criança desenvolva outras doenças autoimunes.

Uma doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico do corpo ao invés de defendê-lo faz o contrário e ataca as células do organismo.

A calvície em crianças se caracterizada como alopecia areata acontece quando o sistema imunológico se volta contra as raízes do couro cabeludo, fazendo com que os folículos pilosos se enfraqueçam, então os fios caem.

Trata-se de uma inflamação que se transforma em feridas, as quais agridem os folículos pilosos que, devido a isso, deixam de dar suporte ao nascimento de novos fios. Essa inflamação é localizada em pontos específicos, embora possa aparecer em toda a cabeça.

O que de fato ocorre é uma grande queda de fios de uma ou mais regiões da cabeça com uma delimitação arredondada, quase um círculo perfeito, deixando falhas no couro cabeludo que muitas vezes são difíceis de serem escondidas.

Isso se transforma em um grande problema para a criança que desenvolve alopecia areta, pois  na hora de interagir na escola, as outras crianças acabam levando a situação como algo divertido e, ao verem o coleguinha com círculos calvos na cabeça, ao invés de lhe ampararem, deixam-no em um enorme estado de constrangimento que pode se transformar em distúrbios comportamentais devido a traumas emocionais.     

Mas a boa notícia é que essas manchas arredondadas desaparecem com o tempo e não requerem tratamento.

Estado emocional da criança

Se a criança tem passado por situações inconvenientes, como ser agredida não especificamente de maneira física, mas com insultos que prejudiquem sua autoconfiança e autoestima, ela pode desenvolver algum distúrbio psíquico.

O bullying, que geralmente se passa na escola, da educação infantil ao final do ensino médio, é um exemplo de agressão que deixa traumas de forte impacto psicológico. Trata-se de uma perseguição verbal, às vezes também física, que leva a criança perseguida a desenvolver algum tipo de comportamento prejudicial à sua saúde emocional.

A calvície em crianças ainda pode ser associada a uma tricotilomania, ocorre quando há um distúrbio psíquico, fazendo a criança ter uma necessidade irreprimível de arrancar seus cabelos com as mãos e até mesmo comê-los.

Esse estado emocional deve ser relatado a um especialista o mais rápido possível, caso em que o pediatra que acompanha a saúde da criança poderá indicar o melhor encaminhamento a ser dado.

Atenção! Embora o bullying seja um dos agentes causadores, existe uma série de fatores fora do ambiente escolar que podem estar interferindo no estado emocional de uma criança.

Como identificar

Para identificar um possível início de calvície em crianças, basta verificar os seus cabelos na hora de pentear, sendo essa a maneira mais fácil de encontrar falhas ou machucados no couro cabeludo sem causar constrangimento à criança. Mas se a criança já se penteia ou tem um comportamento arredio, procure chegar fazendo-lhe um carinho na hora em que estiverem assistindo à televisão ou em um outro momento que julgar mais oportuno. Outra maneira é observar pela manhã se o travesseiro tem quantidade excessiva de fios de cabelo.  

Por fim, é preciso dar atenção a reclamações da criança sobre coceira, dor no couro cabeludo e queda dos fios. Esses são sintomas que a princípio não são considerados relevantes, mas é fundamental se lembrar sempre de que qualquer anomalia no organismo é mais fácil de ser resolvida desde que providências para um tratamento sejam tomadas o quanto antes.

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Distúrbios hormonais da glândula tireoide ou uma doença autoimune, a chamada alopecia areata, podem ser uma de tantas explicações sobre calvície em crianças.
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